sexta-feira, 23 de maio de 2014

DECLARAÇÃO DE VOTO | VOU VOTAR PAN


Por haver tantos motivos para não votar, é que se torna mais urgente votar. O poder politico não pode ser abandonado por aqueles que lhe dão legitimidade (o povo), e que se escudam nessa mesma legitimidade (cada vez mais escassa) para justificar tudo. Vivemos tempos de mudança de paradigma. 
Em grande medida vivemos tempos de reconstrução de novos modelos sociais. Os pilares dos modelos das democracias ocidentais que foram válidos para praticamente todo o sec. XX, já não servem de referência para o Futuro. A nossa relação com o trabalho já não é a mesma, o papel da família (o próprio conceito de família), já não é o mesmo, a estrutura etária da sociedade não é a mesma. Os recursos continuam os mesmos, escassos e limitados. Os partidos clássicos deixaram de ser um pólo de discussão ideológica de modelos de sociedade. Passaram a ser meras plataformas de doutrina de gestão quase sempre economicamente cega da coisa publica. Nem PSD, nem CDS, nem PS apresentam modelos de sociedade. As suas estruturas são finte seca de ideias, ideais e utopias. Já não nos definem metas, objetivos ou sonhos. Apenas a gestão financeira corrente do beco sem saída a que nos conduzimos. Reduzimos a discussão a mais ou menos meio ponto percentual do défice, da divida, do orçamento, do corte, ou da reposição do corte. A mais 1 % de desemprego ou de emprego, ou de crescimento ou contração. E voltamos sempre ao mesmo, às mesma opções, ora pintadas de laranja, ora pintadas de rosa, mas sempre as mesmas opções, nunca aprendendo com os erros. As mesmas opções dos últimos 15 ou 20 anos, que nos hipotecaram o futuro para os próximos 20 anos. 20 anos! É uma geração inteira em que nos dizem: não sonhem! A vida publica é muito mais do que isso. É sabermos o que queremos ser, o que podemos ser. E então definirmos o caminho. 

A única forma de mudarmos o rumo é fortalecendo as franjas politicas, forçando o debate, forçando o dialogo, forçando o debate. Reduzindo a base eleitoral dos grandes partidos ao mínimo, para que percebam que o caminho tem que ser outro. 

Não votarei nem PSD nem CDS, nem PS tão cedo. Nem CDU (que apesar da sua coerência histórica, é uma coerência anacrônica). Nem BE que desconstrói mais do que constrói. Mas existem franjas que surgem que vale a pena ponderar votar, com pessoas com ideias, ideais e utopias. Votaria bem no Livre que apresenta um candidato que seria (será?) uma vez construtiva, com visão, uma mais valia para o projeto europeu. 

Votarei PAN porque é quem apresenta de forma mais consistente uma proposta de sociedade que rompe com o modelo atual esgotado. Que propões uma via de evolução de consciência politica mais elevada. Que mesmo nas suas propostas mais ousadas, o faz com reflexão e metodologia. 

Não me digam apenas tudo o que não posso fazer! Quero poder sonhar o que quero para o meu futuro. Quero poder escolher, e não que escolham por mim, dizendo que apenas me resta a sobra de tudo o que não posso. Há que nos reinventarmos, de olhar fora da caixa, de mudar as regras, mudar a palete de cores com que pintamos o futuro. Votes em quem votares, vota. 

Não votares é dares mais poder aqueles que decidem por ti.