terça-feira, 24 de junho de 2008

INTERNACIONAL - “Ahmadinejad considera "falsa e artificial" a subida do preço dos combustíveis”

Esta declaração do presidente Iraniano, no presente momento de conturbação no mercado de combustíveis, dilui-se no mar de noticias e declarações sobre esta matéria. No entanto, ela representa um sinal preocupante sobre os próximos passos do radicalismo islâmico no Ocidente.

Perante a actual crise, surgem vários sinais indiciando o que pode ser considerado como um movimento de entrincheiramento de alguns blocos regionais. As autoridades de Hong Kong vieram manifestar o seu interesse em criar um mercado de futuros de Petróleo, para que “não tenham que pagar o preço da especulação de preços” nas praças europeias e norte americanas. O presidente da Venezuela Hugo Chavez, veio hoje defender uma união de esforços entre a América Latina e África para concertar posições usando o petróleo como arma de resposta às leis de repatriamento que avançam na União Europeia. O cenário está montado. Numa Europa energeticamente dependente do petróleo, a tendência é para um cada vez maior isolamento. Quando falta o pão na mesa todos gritam e ninguém tem razão. E os donos do “pão” querem cada vez mais salvaguardar-se. Nesta Europa, que insiste em tropeçar em referendos que travam a criação de soluções que a tornem num bloco mundial forte , não se auguram bons ventos. O equilíbrio desta sociedade baseada em energia do petróleo está mais frágil que nunca. Mais frágil do que em 10 de Setembro de 2001, e já na altura havia quem sussurrasse que nem tudo ia bem no reino do Ocidente. E se na altura apenas um punhado de radicais de esquerda esboçaram um breve sorriso pela queda das torres gémeas, como se aqueles atentados não fossem mais do que um grito de revolta sobre a “nova ordem mundial” imposta pelo ocidente, hoje haveriam outras vozes a bradar. Já hoje as declarações de Ahmadinejad são elas próprias eco de uma insatisfação crescente no seio da civilização do ocidente. Uma insatisfação que grita contra os seus próprios governos, não percebendo que o tempo é o de cerrar fileiras, e não de nos dividirmos. Uma insatisfação que leva a que 825.000 rejeitem um tratado que põe em causa a construção de uma comunidade coesa de cerca de 400.000.000 de Europeus. Uma insatisfação, que como um vírus, ameaça corroer e destruir o nosso modo de vida tal como o conhecemos hoje. Os radicais percebem isto. E receio bem que estejam apenas à espera do momento certo para o golpe certeiro, que está cada vez mais perto.

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