É Assange um terrorista que coloca em causa a segurança interna dos Estados ou um paladino da livre informação? Sendo ainda desconhecido o novo equilíbrio mundial para o qual a Humanidade caminha, Assange é no mínimo revolucionário.
Informação é poder. E esse poder ao longo da história sempre foi monopólio de uns poucos, que decidem o destino de muitos. E o que acontece quando no "mercado" da decisão politica se difunde a informação de forma tão massiva que ela deixa de ser uma vantagem competitiva para quem a detém?
É que uma das particularidades da acção de Assange é a de que a informação libertada, é feita em bruto, de modo aparentemente não filtrado. São disponibilizados vários milhares de documentos de uma só vez, e cada Estado, cada orgão de informação, cada individuo, vai procurar a informação que lhe é relevante. No caso recente, em Portugal, os jornais depressa quiseram saber quantas referencias a Portugal, e logo chegaram a informações sobre os voos da CIA sobre território Nacional.
Não sei qual será a nova ordem mundial, ou sobre que regras se regerá, mas Julian Assange desafia de forma revolucionária o modo como as nações e os seus dirigentes se relacionam com os seus dirigentes com os seus cidadãos.
E a revolução reside precisamente aqui, na relação do poder com os representados. Porque não tenhamos ilusões. O que ele revela não é segredo para nenhum dirigente mundial. Se ele consegue acesso a estas informações, também os serviços secretos de cada pais conseguem, multilateralmente, informações mútuas. Tal como fica ilustrado no episódio tornado público, em que Hillary Clinton, no contacto com um líder Europeu alertando para o facto de estar prestes a serem reveladas informações confidenciais menos abonatórias sobre esse líder, terá tido como resposta "Não faz mal. Nem imagina o que nós dizemos de si".
Mais um sinal de desconstrução do modelo de sociedade tal como o conhecemos. O novo mundo está ao virar da esquina.
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