segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Massa Critica
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Ainda a crise
Senta à mesa/Do café
Bebe um gole/De cachaça
Acha graça/E dá no pé
O garçom/No prejuízo
Sem sorriso/Sem freguês
De passagem/Pela caixa
Dá uma baixa/No português
O galego/Acha estranho
Que o seu ganho/Tá um horror
Pega o lápis/Soma os canos
Passa os danos/Pro distribuidor
Mas o frete/Vê que ao todo
Há engodo/Nos papéis
E pra cima/Do alambique
Dá um trambique/De cem mil réis
O usineiro/Nessa luta
Grita(ponte que partiu)
Não é idiota/Trunca a nota
Lesa o Banco/Do Brasil
Nosso banco/Tá cotado
'Tá cotado
No mercado/Exterior
Então taxa/A cachaça
A um preço/Assustador
Mas os ianques/Com seus tanques
Têm bem mais o/Que fazer
E proíbem/Os soldados
Aliados/De beber
A cachaça/Tá parada
Rejeitada/No barril
O alambique/Tem chilique
Contra o Banco/Do Brasil
O usineiro/Faz barulho
Com orgulho/De produtor
Mas a sua/Raiva cega
Descarrega/No carregador
Este chega/Pro galego
Nega arrego/Cobra mais
A cachaça/Tá de graça
Mas o frete/Como é que faz?
O galego/Tá apertado
Pro seu lado/Não tá bom
Então deixa/Congelada
A mesada/Do garçom
O garçom vê/Um malandro
Sai gritando/Pega ladrão
E o malandro/Autuado
É julgado e condenado culpado
Pela situação
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Crise? Viva a crise!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
5 de Outubro 1143 - Tratado de Zamora
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Carências Afectivas
Quero que a sintas em ti !... E, ao senti-la, me olhes... fascinada!"
quinta-feira, 17 de julho de 2008
SUGESTÂO – Norah Jones, 2002
É a banda sonora ideal para os exaustos dias de Julho.
Na sua voz, sente-se o sussurro quase quente dos lassos fins de tarde. Ao fundo, a breve e morna brisa beija a pele adormecida.
O sol que desmaia à minha frente insiste que eu permaneça quieto, esperando que toda a eternidade seja apenas este instante.
E a melodia espalha-se em mim como os restos de uma onda à beira mar, derrotada pelo cansaço.
O tempo não existe. Esgotou-se no lento escorrer dos dias em que à beira mar, de olhos fechados, permaneço escutando o sabor da alma.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
SOCIEDADE - ANJOS E DEMÓNIOS
A propósito da noticia do afundamento do ferry boat nas Filipinas, em que morreram cerca de 800 pessoas, e a agravar a desgraça, veio agora a saber-se que o barco transportava, de forma ilegal, 10 toneladas de um pesticida de elevada toxicidade, letal para o Homem.
Vox Pop: O responsável por este acto é um criminoso, irresponsável e que tem que ser condenado pelo crime cometido. Outros dirão: é a miséria inerente a um país do terceiro mundo, em que os equipamentos se degradam, sem manutenção, chegando a um ponto em que não existem condições de operação.
O Feiticeiro propõe outro olhar: A questão não se centra sobre um responsável (ou dois, ou três), ou sobre as condições dos equipamentos ou infra-estruturas. É tão somente uma questão de atenção, de consciência e responsabilidade individual. Temos a tendência em procurar Super-heróis ou anti-heróis, que nos salvam ou condenam respectivamente. Barak Obama será o salvador dos Estados Unidos, o homem providência que restaurará o orgulho e a glória de ser americano. Adolf Hitler foi o diabo na Terra, príncipe das trevas, responsável pelo maior horror da história da Humanidade. O Homem (na sua maioria)é eminentemente religioso (mesmo quando se diz ateu), no sentido em que procura a sacralização do que é terreno, a materialização num Pai do bem e do mal.
Não é Barak Obama que salvará a América. O máximo que poderá fazer (e já será muito) é o de inspirar a esperança em cada um. Bem como não foi Hitler o demónio na terra, mas sim cada um dos que acreditaram no horror, que o executaram diariamente, sem se questionar.
Os anjos e demónios vivem dentro de cada um de nós, todos os dias, a cada segundo que vivemos. E somos o Herói sempre que conseguimos colocar em cada gesto um pouco de Humanidade, de consciência, de responsabilidade individual. E somos o vilão, sempre que fechamos os olhos, que somos cobardes, sempre que, desatentos vivemos de forma irresponsável cada atitude que tomamos (ou deixamos de tomar).
Porque a diferença faz-se nas pequenas coisas: na educação com que eu agradecemos um serviço prestado, no obrigado que dizemos a quem nos segura a porta, na cordialidade quando estamos no trânsito. E também na atitude responsável com que trabalhamos, evitando “não vale a pena estar a chatear-me com isto, pois só me vai dar trabalho”. Ou quando tomamos a decisão de não embarcar 10 toneladas de pesticidas num barco de passageiros. Ou quando decidimos não autorizar o embarque de 10 toneladas de pesticidas num barco de passageiros. Ou quando não autorizamos um barco de passageiros a fazer viagem quando as condições atmosféricas não o permitem.
Somos o herói sempre que pensamos antes de agir que tudo é causa e consequência. E que o bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar uma tempestade em Nova Iorque.
terça-feira, 24 de junho de 2008
INTERNACIONAL - “Ahmadinejad considera "falsa e artificial" a subida do preço dos combustíveis”
Esta declaração do presidente Iraniano, no presente momento de conturbação no mercado de combustíveis, dilui-se no mar de noticias e declarações sobre esta matéria. No entanto, ela representa um sinal preocupante sobre os próximos passos do radicalismo islâmico no Ocidente.
Perante a actual crise, surgem vários sinais indiciando o que pode ser considerado como um movimento de entrincheiramento de alguns blocos regionais. As autoridades de Hong Kong vieram manifestar o seu interesse em criar um mercado de futuros de Petróleo, para que “não tenham que pagar o preço da especulação de preços” nas praças europeias e norte americanas. O presidente da Venezuela Hugo Chavez, veio hoje defender uma união de esforços entre a América Latina e África para concertar posições usando o petróleo como arma de resposta às leis de repatriamento que avançam na União Europeia. O cenário está montado. Numa Europa energeticamente dependente do petróleo, a tendência é para um cada vez maior isolamento. Quando falta o pão na mesa todos gritam e ninguém tem razão. E os donos do “pão” querem cada vez mais salvaguardar-se. Nesta Europa, que insiste em tropeçar em referendos que travam a criação de soluções que a tornem num bloco mundial forte , não se auguram bons ventos. O equilíbrio desta sociedade baseada em energia do petróleo está mais frágil que nunca. Mais frágil do que em 10 de Setembro de 2001, e já na altura havia quem sussurrasse que nem tudo ia bem no reino do Ocidente. E se na altura apenas um punhado de radicais de esquerda esboçaram um breve sorriso pela queda das torres gémeas, como se aqueles atentados não fossem mais do que um grito de revolta sobre a “nova ordem mundial” imposta pelo ocidente, hoje haveriam outras vozes a bradar. Já hoje as declarações de Ahmadinejad são elas próprias eco de uma insatisfação crescente no seio da civilização do ocidente. Uma insatisfação que grita contra os seus próprios governos, não percebendo que o tempo é o de cerrar fileiras, e não de nos dividirmos. Uma insatisfação que leva a que 825.000 rejeitem um tratado que põe em causa a construção de uma comunidade coesa de cerca de 400.000.000 de Europeus. Uma insatisfação, que como um vírus, ameaça corroer e destruir o nosso modo de vida tal como o conhecemos hoje. Os radicais percebem isto. E receio bem que estejam apenas à espera do momento certo para o golpe certeiro, que está cada vez mais perto.